sexta-feira, 29 de agosto de 2008

A Expansão Marítima Européia

A crise do século XIV trouxe à tona uma série de problemas, dentre eles, a crise comercial.Com a baixa capacidade produtiva no campo, reduzia-se a oferta de alimentos por toda parte,o esgotamento das jazidas de metais preciosos reduziu a circulação monetária, a população camponesa também não tinha condições econômicas para consumir os produtos artesanais vindos das cidades. O lucrativo comércio das especiarias reduziu-se drasticamento, devido ao empobrecimento da nobreza, principal consumidora destes produtos. A paralização do comércio na bacia do Mar Mediterrâneo, em 1453, com a queda de Constantinopla, invadida pelos Turcos Otomanos, agravou ainda mais este quadro de crise econômica.


Para solucionar estes problemas, os soberanos de alguns Estados Nacionais Europeus se lançaram em um projeto expansionista, que buscava, através de novas rotas comerciais marítimas, explorar novos mercados, que oferecessem alimentos e outros produtos baratos, e que também comsumissem os produtos originários da Europa.


Empreitada complexa, exigia altos investimentos e a união de esforços dos grupos sociais interessados na superação da grave crise instalada na Europa.
A Expansão Marítima.
Clique na imagem abaixo e conheça as principais características deste processo.

domingo, 24 de agosto de 2008

Formação dos Estados Nacionais Modernos

Os Estados Nacionais Ibéricos:

A formação dos Estados Nacionais Ibéricos está ligado às lutas de reconquista dos territórios naquela península dominados pelos Mouros, povos islâmicos do norte da áfrica, desde o século VIII.

Saiba mais sobre este tema clicando no mapa abaixo:



A formação dos Estado Nacional Inglês:

A formação do Estado Nacional inglês, assim como o do Estado Nacional Francês, se relaciona com a Guerra dos 100 Anos.

Aprofunde seus conhecimentos sobre este tema clicando na gravura abaixo:




Formação do Estado Nacional Francês:

Clique na imagem abaixo e leia sobre a formação do Estado Nacional Francês



Assista também a um vídeo sobre a Idade Moderna acessando-o através da barra de menu, do lado direito desta página, em "Confira o que rola no blog".

Reforma Protestante & Contra Reforma Católica
















"A Reforma Protestante foi um movimento de caráter religioso que marcou a passagem do mundo medieval para o moderno. Entre um dos fatores de grande relevância que assinalaram esse período de transformações podemos destacar o novo contexto econômico do período. No ambiente das cidades, os comerciantes burgueses eram malvistos pela Igreja. Segundo os clérigos, a prática da usura (empréstimo de dinheiro a juro) feria o sagrado controle que Deus tinha sobre o tempo.

Além dos comerciantes, a própria crise econômica feudal também instigou a população a questionar os dogmas impostos pela Igreja. Os clérigos estavam muito mais próximos das questões materiais envolvendo o poder político e a posse de terras, do que preocupados com as mazelas sofridas pela população camponesa. Um dos mais claros reflexos dessa situação pôde ser notado com o relaxamento dos costumes que incitava padres, bispos e cardeais a não cumprirem seus votos religiosos."
(Fonte:Mundo Educação)

Antecessores:

John Wycliffe (1330 – 138) redigiu alguns ensaios onde denunciava as ações corruptas da Igreja e defendia a salvação espiritual por meio da fé. Em certa medida, as teorias lançadas por esse pensador viriam a influenciar as obras de Martinho Lutero, no século XVI.
Jan Huss (1370 – 1415) foi um padre que se preocupou em traduzir o texto bíblico em outras línguas e denunciou o comportamento dos clérigos católicos. A pregação por ele empreendida, ao longo da Boêmia, motivou a violenta reação das autoridades do Sacro-Império Germânico que ordenaram sua morte pela fogueira. A morte de Huss deu origem a um movimento popular conhecido como hussismo. A grande maioria de seus integrantes eram camponeses pobres insatisfeitos com sua condição de vida.

Os Reformadores da Igreja no séculoXVI

Martinho Lutero - Monge agostiniano alemão, rompeu com a Igreja Católica devido, principalmente à questão das indulgências. Em 1517, redigiu as 95 teses, um conjunto de críticas aos abusos praticados pelo clero católico, que foram pregadas na porta da igreja de Wittenberg. Excumungado e perseguido pelo papa Leão X, recebeu proteção do príncipe Frederico da Saxonia. Em seu castelo, traduziu a Bíblia para o alemão, além de desesenvolver suas principais idéias.

Principais idéias de Lutero:



• A justificação pela fé, pela qual as aparências têm valor secundário. A única coisa que salva o homem é a fé. Sem ela, de nada valem as obras de piedade, os preceitos e as regras. O homem está só diante de Deus, sem intermediários: Deus estende ao homem sua graça e salvação; o homem estende para Deus sua fé.
• Por isso a Igreja não tem função, o papa é um impostor, a hierarquia eclesiástica, uma inutilidade.
• Outra idéia de Lutero era o livre-exame. A Igreja era considerada incompetente para salvar o homem; por isso sua interpretação das Sagradas Escrituras não era válida: Lutero queria que todos os homens tivessem acesso à Bíblia (por isso a traduziu do latim para o alemão). Todo homem poderia interpretar a Bíblia segundo sua própria consciência, emancipando-se no plano da ideologia religiosa.

João Calvino - Ex- aluno da Universidade de Paris, onde estudou direito, calvino, muito jovem, conheceu as idéias reformistas então presentes na França. Devido a suas idéias foi perseguido e refugiou-se na Basiléia (Suíça) onde publicou, em 1536, a Instituição da Religião Cristã, obra que apresentava seu pensamento religioso.

Principais idéias de Calvino:

Calvino, como Lutero, partia da salvação pela fé, mas suas conclusões eram bem mais radicais; o homem seria uma criatura miserável, corrompida e cheia de pecados; somente a fé poderia salvá-lo, embora essa salvação dependesse da vontade divina — esta era a “idéia da Predestinação”.A Suíça já conhecia o movimento reformista através de Ulrich Zwinglio e era um lugar propício para Calvino desenvolver suas idéias. Mas o fator principal para a difusão do calvinismo na Suíça foi a concentração, nesta região, de um número razoável de comerciantes burgueses, desejosos de uma doutrina que justificasse suas atividades lucrativas.

O calvinismo rapidamente se espalhou pela Europa. Na Inglaterra eram chamados Puritanos, na França, Huguenotes e na Escócia, Prebisterianos.


Henrique VIII - "Na Inglaterra, a difusão da Reforma foi facilitada pela disputa pessoal entre o soberano, Henrique VIII, e o papa. Henrique VIII era católico, mas rompeu como papa quando este se recusou a dissolver seu casamento com Catarina de Aragão,que não lhe havia dado um filho homem. Ignorando a decisão papal, Henrique VIIIcasou-se, em 1533, com Ana Bolena, sendo excomungado pelo papa Clemente VII.
O soberano encontrava assim uma justificativa para impedir que o poder da Igreja ofuscasse a autoridade de um rei absolutista. Além do mais, os bens da Igreja passaram para as mãos da nobreza, que apoiava o rei. Desta forma, as propriedades da nobreza aumentaram, facilitando a nova atividade econômica de produção de lã, que era pro­curada pelas manufaturas de tecidos. A oficialização do rompimento entre Henrique VIII e o papado deu-se quando o Parlamento inglês aprovou o Ato de Supremacia, que, em 1534, colocou a Igreja sob a autoridade real: nascia a igreja anglicana."


A Contra-Reforma: Reação da Igreja Católica.

Na tentativa de conter o avanço protestante a Igreja Católica reativou o Tribunal da Inquisição em 1542, para julgar àqueles acusados de propagar as idéias reformistas.


Convocado pelo Papa Paulo III, foi realizado na cidade de Trento, norte da Itália, entre os anos de 1545 e 1563. Ali foram traçadas as estratégias para combater o avanço protestante. Ele se realizou em trê períodos e determinou:

  • Organizou a disciplina do clero: os padres deveriam estudar e formar-se em seminários. Não poderiam ser padres antes dos 25 anos, nem bispos antes dos 30 anos.
  • Estabeleceu que as crenças católicas poderiam ter dupla origem: as Sagradas Escrituras (Bíblia) ou as tradições transmitidas pela Igreja; apenas esta estava autorizada a interpretar a Bíblia. Mantinham-se os princípios de valia das obras, o culto da Virgem Maria e das imagens.
  • Reafirmava a infalibilidade do papa e o dogma da transubstanciação.
  • A conseqüência mais importante deste Concilio foi o fortalecimento da autoridade do papa, que, a partir de então, passou a ter a palavra final sobre os dogmas defendidos pela igreja católica.
  • A partir da Contra-Reforma surgiram novas ordens religiosas, como a Companhia de Jesus, fundada por Ignácio de Loyola em 1534. Os jesuítas se organizaram em moldes quase militares e fortaleceram a posição da Igreja dentro dos países europeus que permaneciam católicos. Criaram escolas, onde eram educados os filhos das famílias nobres; foram confessores e educadores de várias famílias reais; fundaram colégios e missões para difundir a doutrina católica nas Américas e na Ásia."
  • Em 1564, é criado o Índex,Librorum Prohibitorum, uma lista de livros elaborada pelo Santo Ofício, cuja leitura era proíbida aos fiéis católicos.
Se você quiser se aprofundar neste assunto clique aqui.


Fonte:


PEDRO, Antonio, 1942 - História: Compacto, 2º Grau / Antonio Pedro,. - Ed. Atual., ampl. e renovada. São Paulo: FTD, 1995.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

O Feudalismo na Europa Medieval

No século V, o Império Romano do Ocidente, não resistindo às pressões externas sobre suas fronteiras é destruído após uma série de invasões promovidas por povos germânicos, que eram denominados como bárbaros pelos romanos.

A destruição do Império Romano do Ocidente deu lugar a diversos reinos que se organizaram baseados nas tradições romanas e germânicas, além da forte influência da Igreja Católica. Esta nova sociedade que se organizava ficaria conhecida como "Sociedade Feudal".

Não podemos nos esquecer que por volta do séculoIII, o imperador Teodósio havia dividido o vasto império em duas partes: Império Romano do Ocidente, com capital em Roma e Império Romano do Oriente, cuja capital era Constantinopla. Este último sobreviveria até 1453.

Principais características do feudalismo:
  • forte influência da Igreja Católica,
  • ruralização da sociedade;
  • a terra como principal símbolo de poder;
  • poder descentralizado;
  • rígida hierarquia social;
  • economia agrária a base de trocas;
  • o feudo buscava a auto suficiência;
  • presença do patriarcalismo;
  • poder hereditário;
  • o servo é a principal mão-de-obra;
  • presença de laços de suserânia e vassalagem (ver figuras abaixo).
Clique nas figuras para ampliá-las.



As terras do feudo distribuíam-se da seguinte forma:

  • Manso senhorial – Representava cerca de um terço da área total e nela os servos e vilões trabalhavam alguns dias por semana.. toda produção obtida nessa parte da propriedade pertencia ao senhor feudal.
  • Manso servil – Área destinada ao usufrufo dos servos. Parte do que era produzido ali era entregue como pagamento ao senhor feudal.
  • Terras comunais – Era a parte do feudo usada em comum pelos servos e pelos senhores. Destinava-se à pastagem do gado, à extração de madeira e à caça, direito exclusivo dos senhores.

Os servos, principal mão-de-obra dos feudos, deviam varias obrigações ao senhor feudal, destacando-se:

  • A corvéia – prestação de trabalho gratuito durante vários dias da semana no manso senhorial;
  • A talha – entrega ao senhor de parte da produção obtida no manso servil;
  • A banalidade – pagamento de taxa pelo uso do forno, do lagar (onde se fazia o vinho) e do moinho, dentre outros equipamentos do feudo;
  • O censo – pagamento efetuado com parte da produção em dinheiro, ao qual estavam obrigados somente os vilões ou homens livres;
  • A mão-morta – taxa paga pelos familiares do servo para continuar explorando a terra após sua morte.
O servo apesar de não ser considerado um escravo, não era um homem livre, pois estava preso ao feudo e se submetia a uma série de obrigaçoes. Para saber mais sobre a vida no feudalismo e as obrigações dos sevos, clique na imagem ao lado. Fonte: Wikipedia







sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Teste seus conhecimentos

Nesta postagem apresento questões retiradas de provas de vestibulares das principais universidade federais do estado de Minas Gerais. Tente resolvê-las, caso tenha dúvidas deixe um comentário.

UFJF - 2007

01. Leia, com atenção, as considerações sobre o movimento conhecido como Cruzadas e, em seguida, faça o que se pede.
“Guerra proclamada pelo Papa em nome de Cristo e travada como iniciativa do próprio Cristo para a recuperação da propriedade cristã ou em defesa da Cristandade contra inimigos externos. O movimento das Cruzadas era em certo sentido uma extensão da guerra que estava sendo travada contra os muçulmanos na Espanha e na Sicília.” (LOYN, H.R. Dicionário da Idade Média).

a) Cite uma motivação de ordem religiosa e outra de ordem sócio-econômica para o início das Cruzadas.

b) Cite e analise duas repercussões do movimento das Cruzadas para o ocidente medieval.


UFMG - 2006

Considerando as transformações que abriram caminho para o surgimento do Mundo Moderno, ANALISE o impacto dessas mudanças sobre

1. as relações de trabalho.


2. a distribuição socioespacial da população.


UFMG - 2005

Leia este trecho de uma carta endereçada ao Cardeal de Carvajal, datada de 12 de março de 1455, em que
o autor conta o que observou em uma feira:
Não vi nenhuma Bíblia completa, mas vi um certo número de livretes de cinco páginas de vários dos livros da Bíblia, com letras muito claras e dignas, sem quaisquer erros, que Vossa Eminência teria sido capaz de ler sem esforço e sem óculos. Várias testemunhas disseram-me que 158 exemplares foram completados, enquanto outros dizem que havia 180. Não estou certo da quantidade, mas da conclusão dos livros, se podemos crer nas pessoas, não tenho dúvidas.
Citado por MANGUEL, Alberto. Uma história da leitura. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. p. 158.

1. INDIQUE a mudança técnica que possibilitou a circulação dos livretes, referidos nesse texto.


2. DISCUTA duas das implicações dessa mudança para a circulação das informações no mundo moderno.


UFOP - 2003
A Europa, dos séculos XVI ao XVIII, ou seja, na Idade Moderna, apresentou, na vida política, caracterísitcas próprias. Sendo assim, mostrar as características políticas que distiguem a vida política, na Idade Moderna Européia.


UFV - 2005

O pioneirismo inglês no processo de constituição do capitalismo industrial é explicado por um conjunto de fatores de natureza social, política e econômica, durante os séculos XVII e XVIII.
Indique três condições que favoreceram o desenvolvimento do capitalismo naquele país, sendo uma política, uma social e uma econômica.

a) Política:

b) Econômica:

c) Social:

sábado, 2 de agosto de 2008

CHINA: A NOVA POTÊNCIA E OS DESAFIOS PARA O SÉCULO XXI

Licínio Filho

Nos últimos 30 anos a China vem se despontando como um dos países que mais crescem economicamente no mundo. Podemos determinar como ponto de partida para essas transformações, a abertura econômica promovida pelo regime comunista em 1978, ainda no governo de Deng Xiaoping. Porém, a China tem pela frente uma série de desafios a serem superados para manter seu esforço de crescimento e ainda atender as demandas sociais internas e as pressões da comunidade internacional.

Neste artigo iremos apresentar alguns destes desafios que podem impactar decisivamente o futuro desta emergente nação oriental. Inicialmente trataremos dos problemas referentes ao envelhecimento da população chineses e, em seguida, abordaremos questões ligadas aos problemas ecológicos enfrentados por aquele país, o sistema jurídico e trabalhista chinês, as disparidades sociais latentes, a necessidade de gerar novos empregos e, por fim, o desafio de reduzir a censura e dar liberdade de imprensa.

A china, país mais populoso do mundo, com 1,3 bilhão de habitantes, ou seja, um quinto da população mundial,enfrenta um problema inusitado: escassez de mulheres e o envelhecimento de sua população. Em 1979, buscando conter o crescimento demográfico, o Estado implantou a lei do filho único, em uma sociedade que culturalmente apresenta ainda traços de uma sociedade patriarcal, onde a figura masculina sempre foi privilegiada, influenciando o desejo dos casais em terem filhos do sexo masculino. Segundo estimativas, o déficit de mulheres é maior na faixa etária entre os 20 e 30 anos, teoricamente o período da vida em que as pessoas decidem se casar com mais freqüência. Ainda, segundo estes dados, neste segmento etário existem 100 mulheres para 120 homens.

Porém, os efeitos desta legislação do filho único é sentida agora, muitos homens começam a abandonar o campo em direção aos centros urbanos, não só em busca de empregos, mas também em busca de uma esposa. Apesar de todos estes problemas que agora se manifestam é preciso dizer que a política do filho único ajudou a conter o crescimento demográfico na China. Calcula-se que sem esta política o país teria uma população 30% maior do que a atual. O governo chinês esta diante de um grande impasse: mudar a lei do filho único para tentar aumentar o número de mulheres no país amenizaria a situação, mas provocaria o crescimento da população, o que acarretaria o surgimento de outros problemas ainda mais graves.

Atrelado a este problema, o governo chinês também tem que buscar soluções para outra questão. Como em todo país que consegue melhorar as condições de vida de sua população, na China a expectativa de vida se torna cada vez maior. É previsto que a partir de 2013 o número de pessoas em idade economicamente produtiva comece a cair, e que em 2030, 20% da população chinesa tenha envelhecido, comprometendo a oferta de mão-de-obra barata no país, trunfo que até agora alavanca o seu desenvolvimento, proporcionando-lhe alto grau de competitividade.

Criar políticas sociais para amparar este enorme contingente de idosos também se torna um grande desafio. Segundo pesquisadores chineses, o país não estaria preparado para o envelhecimento acelerado de sua população. Além de investimentos no sistema de saúde e segurança social há a necessidade de políticas públicas voltadas à educação, capacitação e tecnologia, aumentando assim, a produtividade per capita.

O forte controle do sistema judiciário pelo Partido Comunista torna-se um entrave para o desenvolvimento chinês. Grandes empresas estrangeiras têm dificuldades de proteger suas patentes e capital intelectual naquele país. O desrespeito a legislação trabalhista e aos direitos humanos permite a exploração da mão-de-obra barata que não tem seus direitos respeitados pelos empregadores.

O crescimento acelerado de sua economia acarreta outros problemas. A desigualdade social decorrente deste desenvolvimento exige a atenção do governo chinês, pois existem em torno de 150 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza no país. Boa parte deste contingente está no campo. Criar políticas públicas para combater a pobreza e conter o êxodo rural se torna um grande desafio para as autoridades chinesas. Para isso, o governo precisa criar 15 milhões de novos empregos por ano.

As questões ambientais na China Também são desafiadoras. O acelerado processo de industrialização tem agravado o problema da poluição em áreas urbanas e rurais. Estima-se que mais de 50% dos lençóis de água das cidades estejam poluídos, das 10 cidades mais poluídas do mundo sete se encontram na China, a contaminação da água em algumas regiões litorâneas vêm crescendo e a ocorrência de chuva ácida se expandiu em direção a várias regiões. A poluição sonora nos grandes centros afeta dois terços da população urbana.

Outro grande problema ambiental que se manifesta na China é o gerado pelos resíduos sólidos industriais e pelo lixo doméstico. O tratamento deste lixo é o grande desafio enfrentado pelos gestores de grandes e médias cidades chinesas. A transferência de parte destes resíduos industriais e de lixo doméstico para áreas rurais amplia o impacto sobre o meu ambiente, resultando em danos que prejudicam a sobrevivência de ecossistemas e populações camponesas. A oferta de água potável já está comprometida em algumas regiões do país.

Diante deste desastre ambiental e pressionado pela comunidade internacional, o governo chinês, desde a década de 1990, busca combater estes problemas através de uma séria de medidas de cunho legislativo, administrativo e econômico. As ações governamentais para os próximos vinte anos voltadas à proteção do meio ambiente são realmente desafiadoras ao governo chinês.

A censura e a liberdade de imprensa são questões polêmicas . O desrespeito as instituições democráticas são alvo de denúncias por vários organismos internacionais. Uma rigorosa legislação permite ao governo total controle sobre a mídia. Esta questão ganha maiores proporções neste momento em que a China vive a expectativa de sediar mais uma Olimpíada e com ela receber veículos de comunicação de todo o mundo.

O governo já montou um forte aparato para controlar a entrada de jornalistas no país através de um sistema de credenciamento que já gera críticas. Em 2007 a organização não-governamental Repórteres Sem Fronteiras (RSF) já denunciava que as medidas adotadas pelas autoridades chinesas tinham como propósito classificar jornalistas estrangeiros e limitar o acesso ao país das agências internacionais. Em novembro daquele ano outra organização, a ARTICLE 19, publicava um relatório descrevendo os mecanismos utilizados pelo governo chinês para impor a censura à mídia impressa daquele país.

A situação torna-se ainda mais delicada levando-se em consideração as manifestações ocorridas no Tibete, região autônoma que se encontra a mais de 50 anos sob domínio chinês, além da proximidade dos 20 anos do massacre da Praça da Paz Celestial. Dois momentos onde protestos a favor da democracia foram duramente reprimidos e deixou um saldo de mortos e feridos reais não conhecidos até hoje, devido à censura aos meios de comunicação daquele país.

Não obstante a estes desafios, a China continua sendo considerada a locomotiva da economia mundial, ocupando no ranking global o terceiro lugar, entre os maiores países exportadores e grande consumidora de petróleo, minério de ferro, carvão e cobre.

A Superação destes desafios interessa não só ao governo chinês, mas também a toda comunidade mundial, pois uma desaceleração da economia deste país terá impacto sobre o mundo inteiro. Cabe a China desenvolver políticas de desenvolvimento sustentável que mantenham os altos níveis de crescimento econômico e ao mesmo tempo promover uma justa distribuição da riqueza buscando combater os graves problemas sociais ali presentes.

Bibliografia:

BELLUCCI, Beluce. Abrindo os olhos para a China. Rio de Janeiro:EDUCAM,UCAM,2004.

nelsonfrancojobim.blogspot.com

www.estadao.com.br